quarta-feira, 30 de maio de 2012

Gráficos cearenses cruzam os braços e denunciam irregularidades

Em campanha salarial, os trabalhadores gráficos cearenses cruzam os braços no principal jornal do estado, em movimento paredista semelhante ao ocorrido em Pernambuco no ano passado. Diante da atual greve e a fim de produzir o jornal sem negociar com a categoria, os empresários do Diário do Nordeste estavam substituindo trabalhadores grevistas ilegalmente, conforme revela o Sindicato dos Trabalhadores Gráficos do Ceará. Dessa forma, a pedido da entidade de classe, fiscais do Ministério do Trabalho (MTE), escoltados pela Polícia Federal, fiscalizaram a empresa neste sábado (26).

O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Gráficas do Maranhão (Stig-ma) apoia integralmente a postura dos companheiros cearenses e repudia qualquer tentativa de resolução da greve por parte dos empresários sem ser dentro dos rigores da legislação trabalhista. “Enquanto fiscais do MTE e a PF estavam dentro do Diário, os grevistas retiraram o plástico preto colocado na garagem do jornal para evitar que os sindicalistas visualizassem o movimento dentro da empresa e não foram incomodados pela segurança da sede, onde funcionam também a TV Verdes Mares, TV Diário e Rádio Verdes Mares”, conta presidente do Sindicato dos Trabalhadores Gráficos do Ceará, Rogério Andrade.

O dirigente cearense afirma que uma viatura do Ronda (Polícia Militar) chegou ao local, mas quando foi informado para eles que a Polícia Federal estava dentro do jornal, saiu rapidamente. “O jornais O Povo e Diário prefere torrar dinheiro com segurança, filmagem e fotografia – para depois usar as imagens contra os grevistas -, a aceitar a reivindicação dos trabalhadores que exigem uma cesta básica dos patrões” gritavam os manifestantes do lado de fora do jornal enquanto aguardavam a saída dos fiscais e policiais.

No entanto, conforme revela o Sindicato, a fiscalização não obteve êxito porque a empresa escondeu os gráficos que substituíam os grevistas. “Eles foram espalhados por todo o prédio do jornal para não ser encontrados pela fiscalização do Ministério do Trabalho”, reclama Rogério Andrade.

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